Natural de Porto Velho, a primogênita de Hernani Reis dos Santos e Raimunda Sampaio dos Santos fala com carinho do amor e dos cuidados que seus pais sempre lhe dedicaram. Ao recordar da sua infância, Maria Rejane Sampaio dos Santos Vieira, narra a presença constante de uma prima querida com quem brincava de casinha.
Ainda criança, pensava em ser professora, médica, enfermeira e advogada. Contudo, entre tantas opções, foi a última profissão que acabou seguindo ao decidir pela faculdade de Direito e pela carreira na advocacia pública.
Formada pela Universidade Federal de Rondônia (UNIR), na turma de 1988, Rejane ingressou na Procuradoria Geral do Estado (PGE) em 1995, aos 24 anos. A mãe da Lorenna (30 anos); da Rebeca (28 anos); do Gabriel Antonio (21 anos) e esposa do Ramiro Vieira da Silva, foi a terceira mulher a ocupar o cargo de procuradora geral do Estado. Sua gestão teve início em 01 de dezembro de 2011 indo até 30 de setembro de 2013.
Já em 2014, recebeu o convite, do então governador, Confúcio Moura, para assumir a presidência do Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Estado de Rondônia (IPERON), cargo no qual continua até hoje (atualmente, a permanência se dá por meio de votação do Conselho Superior Previdenciário), confirmando que sua vida profissional é marcada por experiências de liderança nas instituições pelas quais passou.
Para conhecer um pouco mais da trajetória da procuradora Maria Rejane Sampaio dos Santos Vieira, na PGE, acompanhe a entrevista a seguir:
Qual a sua experiência profissional antes da PGE?
Eu atuava em um escritório de advocacia do doutor Ary Gurjão, como também trabalhei na Junta Comercial do Estado de Rondônia.
Quando a senhora ingressou na PGE e como foi?
Tomei posse no dia 05 de abril de 1995. Eu era muito jovem, tinha 24 anos, e a posse na carreira de Procurador de Estado me deixou muito feliz. Trata-se de uma carreira de Estado que eu já admirava muito pelas atribuições institucionais em defesa do Estado. Meus pais, que são as pessoas a quem mais sou grata na vida, vivenciaram a mesma felicidade que eu sentia naquele momento e como pais amorosos sempre empreenderam todas as forças para o bem dos filhos e isso foi fundamental para alcançar meu objetivo profissional.
Em que momento decidiu pela carreira de procuradora do Estado?
Admito que inicialmente, durante e logo após concluir a formação superior, minha opção de carreira era outra, mas no ano de 1994 decidi que iria me desafiar estudando para o concurso da PGE de Rondônia.
Como era a PGE quando a senhora entrou?
Quando ingressei nos quadros da PGE, o prédio em que estava localizada a sede em Porto Velho era próximo das Três Caixas d’Água e usávamos máquina de datilografia para registrar nossas manifestações nos autos de processos. Fui lotada, ainda no primeiro mês após a posse, na Regional de Ji-Paraná quando tive a honra de trabalhar com os colegas Walsir Edson Rodrigues e Luciano Brunholi Xavier, que me orientaram naquele início de carreira.
No interior as condições de trabalho eram mais difíceis, a PGE não tinha servidores de apoio do próprio quadro e apenas uma servidora do Município (cedida) nos auxiliava nas questões de ordem administrativa. Atuávamos nas Comarcas de Jaru, Ji-Paraná, Médici e Alvorada, e nossa Regional se localizava em um pequeno espaço cedido pela Prefeitura local. Quase sempre utilizávamos o carro particular para irmos de uma Comarca a outra. Nossa área de atuação era o contencioso civel, fiscal e trabalhista. Bons tempos!
Qual, a senhora considera, o grande marco para a evolução da PGE?
Na minha visão temos muitos marcos de evolução considerando todo o trajeto de crescimento institucional, a começar pelo constante amadurecimento da carreira (o que é natural), dos profissionais a ela vinculados, em especial com a edição da Lei Orgânica da PGE de Rondônia.
O que a fez gostar de trabalhar na PGE durante todos esses anos?
É muito gratificante executar nosso trabalho, ver o resultado que traz em benefício do Estado de Rondônia.
Qual a maior contribuição que a senhora acredita ter dado para a PGE-RO?
A reposição do quadro de Procuradores de Estado depois de anos sem concurso para a carreira.
Qual momento a senhora recorda ter sido o mais marcante durante sua carreira na PGE?
Tenho muitos momentos que me vem à lembrança, mas prefiro registrar a alegria que desfrutei com os novos colegas ingressos na carreira e que tomavam posse acompanhados de seus pais e familiares ditosos. Ver a satisfação dos empossados e de seus pais foi marcante.
Quais os principais desafios que a senhora tem encontrado nesse período de trabalho no regime de home office por conta da pandemia?
Estamos todos aprendendo muito nesse novo momento, mas vejo tudo isso de forma positiva, pois, no meu caso, tenho aprendido a utilizar várias plataformas de comunicação, mas ouso citar como grande desafio a migração da minha equipe de trabalho para o trabalho remoto como também a urgência na transformação dos autos de processos, que ainda tramitam fisicamente, para o eletrônico.
Qual o seu sentimento em relação à PGE?
Gratidão, pois na PGE tenho vivenciado anos produtivos e enriquecedores de minha existência, com experiências inúmeras e sentimentos diversos que somados a outras experiências me ajudam a crescer.
Se a senhora fosse agradecer alguém da PGE, quem seria e por quê?
É muito difícil agradecer uma só pessoa, pois dentre os colegas tenho respeito por todos, mas pela proximidade e por tê-los acompanhado mais amiúde em seus trabalhos, passei a nutrir especial admiração por vários colegas, destacando Luciano Brunholi, Lia Torres Dias, Regina Coeli, Jane Maynhone, João Batista de Figueredo, João Ricardo Valle Machado, Wilson Teramoto, Evanir Borba, Lea Clara Pense da Luz, Valdecir Maciel, Thiago Alencar, Roger Nascimento e Nair Ortega.
Entretanto, peço licença para homenagear também duas pessoas queridas que sempre nos atendem com muita deferência que são o Marildo e o seu Chiquinho.
Gostaria de aproveitar para deixar registrado o meu pesar pelo falecimento, no domingo, de uma amiga que conviveu comigo, como pessoa da minha confiança, durante anos, a Conceição. Meu agradecimento pela lealdade e companheirismo que nutriu nossa relação.
Um profissional na área jurídica que a senhora admira e o porquê dessa admiração?
Professora Iza Amélia de Castro Albuquerque, mulher competente, estudiosa e comprometida com o desenvolvimento acadêmico, destacando-se como doutrinadora amazônida no contexto nacional.
O que a procuradora Rejane, de hoje, diria para a procuradora Rejane que tinha acabado de ingressar na PGE-RO?
Eu era muito jovem quando ingressei na PGE e admito que minhas experiências eram puramente acadêmicas, então eu diria apenas “não se preocupe, tudo vai dar certo!”.
Qual mensagem que a senhora deixaria para as pessoas que pretendem seguir a carreira de procurador(a) do Estado?
Planeje sua trajetória e estabeleça metas, estude, mas cuide de suas emoções com o mesmo afinco que cuida do estudo programático.
Quais os planos para o futuro?
Continuar estudando e me aperfeiçoando, viajar e conhecer novos lugares.
Uma curiosidade sobre a Rejane.
Integro o Grupo de Teatro Espírita Joanna de Angelis.
Uma frase para finalizar.
Estamos vivendo um momento de profunda comoção, pela pandemia e pelas questões de cunho moral que estão em evidência. O Homem precisa buscar ser melhor a cada dia, intelectual e moralmente, portanto “ comprometa-se consigo mesmo”.
O que os colegas de trabalho falam sobre a Maria Rejane Sampaio dos Santos Vieira:
“A Dra. Maria Rejane se tornou nossa colega em 1995, quando tomou posse na Procuradoria do Estado, sendo lotada na Regional de Ji – Paraná. Nós trabalhamos em conjunto com o Dr. Walsir Edson Rodrigues e Dr. Anderson Clayton, ambos já aposentados. Naquela época nos tornamos amigos. A amizade, a admiração e a confiança se fortaleceram. A realidade da PGE era completamente diferente do que é hoje, mais simples, menos tecnológica, mas posso assegurar que foram tempos bons, saudosos. A vida social/profissional era mais presencial, por essa razão, nos víamos mais, conversávamos mais, dividíamos mais o nosso tempo. Todos grandes colegas e amigos, nos apoiamos nos momentos difíceis, bem como, dividimos sonhos e esperanças em um futuro melhor para as nossas vidas e carreiras, fato que, com a Graça de Deus e o empenho de todos os Procuradores, acabou acontecendo! Tenho pela Dra. Maria Rejane, o especial carinho em razão da gratificante convivência, onde vejo nela um exemplo de mãe, filha, irmã, amiga e colega. É uma pessoa realmente espiritualizada, iluminada, positiva, que merece tudo de bom que a vida possa lhe oferecer. Sempre a minha imensurável gratidão pelo aprendizado que me passou, e principalmente, por tornar a nossa jornada nessa vida mais leve e divertida.”
Luciano Brunholi Xavier – Procurador do Estado e Diretor da Regional de Rolim de Moura
“Quando tomei posse na Procuradoria, fui lotado na Procuradoria de Controle dos Direitos de Servidor. Pouco tempo depois, quando a Dra. Maria Rejane foi nomeada para a Presidência do IPERON, recebi com grande entusiasmo o convite para atuar na área judicial da autarquia, principalmente porque ali, pela primeira vez, seriam lotados procuradores do estado de carreira.
E, desde então, já se vão seis anos de convivência praticamente diária, irmanados no desafio de garantir a sustentabilidade do regime previdenciário dos servidores estaduais.
Nesse tempo, aprendi admirar a Dra. Maria Rejane, não só por sua busca constante pelo aperfeiçoamento, mas, sobretudo, por sua capacidade de conjugar a serenidade e a determinação, características estas essenciais a um bom gestor.”
Roger Nascimento – Procurador do Estado e Procurador Geral do Instituto de Previdência dos servidores Públicos do Estado de Rondônia
Fonte:
Texto: Ana Viégas
Fotos: Arquivo institucional e pessoal de Rejane Sampaio